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CRÍTICA: A Vida de Chuck

  • Foto do escritor: Revista Curió
    Revista Curió
  • 27 de ago.
  • 2 min de leitura

A convite da Diamond Films, a Revista Curió assistiu ao longa, que estreia nos cinemas de todo o Brasil em 4 de setembro


Por: Ana Clara Moreira

Última atualização: 28/08/2025


Diamond Films/Divulgação
Diamond Films/Divulgação

Adaptação de um texto de Stephen King, A Vida de Chuck (2024) narra a trajetória de Charles Krantz (Tom Hiddleston), sério e competente contador prestes a morrer em decorrência de um tumor cerebral. Durante os três atos que compõem o roteiro, o espectador é convidado a conhecer a história deste homem, a quem muitos demonstram imensa gratidão pelos “39 ótimos anos” de vida e de serviços prestados à humanidade – que, a propósito, também está muito perto da extinção.


Começando pelo final, conhecemos uma Terra que literalmente se desfaz. A ideia, que já é suficientemente aterradora por si só, torna-se ainda pior quando percebemos que nós, do lado de cá da tela, não estamos distantes do cenário apresentado: desastres naturais que consomem estados inteiros, internet, linhas telefônicas e emissoras de TV fora do ar, escolas e hospitais vazios… Diante do inevitável fim, somos provocados sobre o quê (ou quem) realmente importa.


Quando tudo parece perdido, a narrativa segue pelo caminho oposto – em um segundo ato que concentra o pouco tempo de Hiddleston diante das câmeras –, e retoma passagens anteriores da vida de Chuck (apelido de Charles). Em uma delas, rompendo o que aparentava ser uma inabalável formalidade, aquele sujeito protocolar se deixa levar pela espontaneidade, contagiando quem está na cena e na sala de cinema com um comportamento totalmente improvisado e bastante divertido.


Diamond Films/Divulgação
Diamond Films/Divulgação

É justamente neste ponto que A Vida de Chuck demonstra a genialidade de quem está nos bastidores. Não é preciso que o protagonista esteja o tempo inteiro em ação para tornar-se importante. Não é preciso entender as motivações por trás das atitudes dele. Não é preciso conhecê-lo a fundo para sentir empatia. E definitivamente não são necessários exageros de qualquer natureza para contar uma boa história.


Por mais que Tom Hiddleston seja a estrela do longa, as atuações de Chiwetel Ejiofor, Karen Gillan, Matthew Lillard e Carl Lumbly também merecem destaque. Os quatro inicialmente integram o núcleo do primeiro ato (aquele do fim do mundo), mas voltam em outros momentos para amarrar algumas pontas que parecem soltas enquanto o argumento é desenvolvido.


No terceiro ato, quando há um novo salto temporal, desta vez para a infância e adolescência de Chuck, novos personagens surgem para concluir – mas não necessariamente encerrar – a jornada dele. O mais determinante talvez seja Albie Krantz (Mark Hamill), avô e um dos responsáveis pela criação do jovem Charles. Supersticioso e paradoxalmente apegado aos resultados imutáveis da matemática, ele é causador do maior trauma, e, ao mesmo tempo, a maior influência da vida do protagonista.


Diamond Films/Divulgação
Diamond Films/Divulgação

Com boas doses de drama, fantasia e ficção científica, além de um elenco que se complementa muito bem, A Vida de Chuck é uma produção agridoce que mescla rara leveza narrativa, roteiro construído de forma pouco tradicional e questões que atravessam qualquer existência humana. Por meio de mudanças que são simultaneamente drásticas e sutis, contrapondo a beleza à finitude da vida, somos conduzidos por um caminho em que o extraordinário está justamente na grandeza da simplicidade.


Nota: 4,5/5

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